Levantamento inédito sobre a percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil, com foco no público jovem, realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), mostrou que a maioria dos jovens brasileiros gosta de ciência e acha que o governo deveria investir mais no setor — inclusive em momentos de aperto econômico, como o atual.
Por outro lado, são poucos os que buscam ativamente informações sobre ciência e tecnologia; e apenas uma minoria sabe dizer o nome de alguma instituição de pesquisa nacional. A maioria se informa sobre o assunto pela internet, e confessa ter dificuldade para saber se uma notícia é verdadeira.
O estudo é baseado em 2,2 mil entrevistas domiciliares, realizadas com jovens de 15 a 24 anos de idade, em 21 Estados e no Distrito Federal, no início deste ano.
A preocupação dos pesquisadores foi com a dependência dos jovens em relação à Internet para obter informações. Há uma certa passividade informativa e o desconhecimento das instituições de pesquisa nacionais sugerem que o interesse dos jovens por ciência, na verdade, é mínimo e superficial. Ficou evidente que o foco dos jovens em pesquisas no Google, Youtube e Facebook é a busca por vídeos de conspiração e pseudociência.
Na visão dos pesquisadores a anticiência está muito mais ativa nesses meios e conversando muito melhor com o público do que os canais de ciência propriamente dita. São vídeos mais engajantes, que mantêm as pessoas assistindo por mais tempo, e por isso mesmo são mais referenciados pelas plataformas para quem está fazendo consumo passivo de informação.
Tornou-se urgente discutir e encontrar caminhos novos para construção de um modelo de comunicação que reconheça o aspecto social da ciência. É com esse objetivo que a Socicom e Intercom realizam o seu V Fórum durante o 42º Congresso da Intercom, no dia 3 de setembro, de 9 às 12 horas, no auditório 2 do Campus da Universidade Federal do Pará.
Foram convidados pesquisadores com projetos na área, Maria Olívia de Albuquerque Ribeiro Simão (UFAM), Maria Ataide Malcher (UFPA) e Adriana Cristina Omena dos Santos (UFU/INTERCOM), além de profissionais de produzem conteúdo sobre ciência como Alexandra Ozorio de Almeida (Revista Pesquisa FAPESP) e Marina Menezes (Nexo Jornal).
O Nexo Jornal tem desenvolvido experiência de jornalismo sobre ciência a partir de dados e e contribuído para a popularização do discurso científico. Já a revista de divulgação científica FAPESP tem se notabilizado pela qualidade das matérias publicadas sobre a produção científica nacional, sendo reconhecida por pesquisadores brasileiros e referência indispensável para as editorias de ciência e tecnologia dos veículos de comunicação nacionais.
Segunda mesa com agências de fomento
“A Pesquisa em Comunicação: modos de interlocução com as agências de fomento” é o tema da segunda mesa do V Fórum Socicom-Intercom, a ser realizada no dia 3 de setembro, de 14 às 18 horas, no auditório 2 Campus da UFPA.
Integram a mesa Anderson Ribeiro Correia (CAPES); Adriana Tonini (CNPq); Representante da FAPESP (nome a ser confirmado); Carlos Edilson de Almeida Maneschy (FAPESPA); Giovandro Ferreira (UFBA/ INTERCOM); Ana Regina Rêgo (UFPI/SOCICOM) com a moderação de Fernando Arthur de Freitas Neves (UFPA)
Em debate, o financiamento da pesquisa diante dos cortes de recursos para universidades públicas e de bolsas para o sistema de pós-graduação.
Fontes: Nexo Jornal, Jornal da USP e Socicom