Com o objetivo de engajar os seguidores nas redes sociais, a Socicom intensificou e programou publicações em apoio a mobilização nacional em defesa da educação. Além do engajamento pretendido, o intuito foi buscar uma reflexão sobre a importância da mobilização e o entendimento popular sobre o cenário de desmonte da educação pública brasileira. Nesse período, com acréscimo significativo nas curtidas, compartilhamentos e comentários, a fanpage da Socicom no Facebook alcançou a marca de 2 mil seguidores, além da importante adesão do público ao perfil da entidade criado recentemente no Instagram.
Em relação aos principais indicativos do perfil da Socicom no Facebok, que demonstra o engajamento do público e as reações às publicações, os temas de mobilização popular que abordaram a temática da “defesa da educação pública, ciência e tecnologia”, ficaram entre os maiores índices de envolvimento de 2019, se comparado aos meses de fevereiro, março e abril.
No mês de maio, por exemplo, os índices que correspodem a vizualização da página por seguidores e público em geral, tiveram aumento de 13%; já as curtidas cresceram 426%, auxiliando o alcance das publicações, que tiveram um aumento de 72%. Os dados que correspondem ao envolvimento dos seguidores com os conteúdos publicados pela Socicom, cresceram 180%, se comparados aos meses anteriores.
O engajamento popular observado nas redes sociais foram intensificados durante os protestos e manifestações realizadas nos dias 15 e 30 de maio, acompanhadas em todo o Brasil, que segundo organizadores, pode favorecer a greve geral contra a reforma da Previdência, programada para ocorrer no dia 14 de junho. Reiterando seu apoio aos protestos, a Socicom questiona: “Diante do cenário catastrófico qual a postura adotar para enfrentar a crise? A diretoria da Socicom entende que, neste momento crítico, é essencial unir-se a todas as entidades científicas brasileiras para buscar articulações com o governo e sensibilizar parlamentares para o papel estratégico da educação no desenvolvimento econômico e social do país. Acreditamos que somente com ação conjunta da comunidade científica será possível reverter esse quadro.
Manifestações de maio
Motivados pelo corte no orçamento da educação e a suspensão de bolsas de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), os brasileiros acompanharam duas grandes manifestações populares, realizadas em todo o Brasil. A primeira convocatória, em 15 de maio, reuniu cerca de 1 milhão de pessoas, contabilizadas em mais de 200 cidades, já o segundo ato, realizado em 30 de maio, ultrapassou a marca de um milhão de manifestantes, presentes em mais de 208 cidades.
Os protestos foram motivados pelo corte de 30% no orçamento, anunciado em 30 de abril pelo Ministério da Educação (MEC), levando para as ruas milhares de pessoas, entre estudantes, professores e funcionários, além da comunidade em geral, sensibilizada pelas notícias. Por meio de decreto presidencial, o governo bloqueou cerca de R$ 29 bilhões do orçamento para 2019, sendo que R$ 5,8 bilhões foram da educação. Desse montante, R$ 1,704 bilhão corresponde aos cortes na educação superior, que inclui universidades públicas e institutos federais.
As mobilizações em defesa da educação também foram observadas nas redes sociais da Socicom, que manifestou seu apoio aos atos populares. Em nota divulgada em 14 de maio, antecedendo o primeiro dia das manifestações, a diretoria (2018-2020) enfatizou que o corte de verbas para a educação representa um profundo desconhecimento em relação ao funcionamento das universidades públicas.
“O bloqueio de 5,8 bilhões de reais do orçamento do MEC determinado pelo governo agravou a situação para todas as universidades e institutos. Sem dinheiro para água, luz, manutenção e materiais, universidades e institutos federais podem ter funcionamento inviabilizado, um agravante para o setor que já enfrentava dificuldades desde a entrada em vigor da Emenda Constitucional 95, que congelou o aumento dos gastos públicos por 20 anos. No mais recente capítulo da ofensiva, o governo bloqueou, de forma generalizada, bolsas de mestrado e doutorado que seriam oferecidas pela Capes. Todas elas estavam em um período de transição, à espera de novos pesquisadores já aprovados ou em fase de seleção”, analisam.