Divulgação científica, convencimento da sociedade e criação de fontes alternativas de recursos foram algumas das soluções apresentadas na 2ª Reunião com Cientistas
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, e representantes de 58 entidades da comunidade científica discutiram, nesta quinta-feira (9), estratégias para recuperar o orçamento do MCTIC e obter mais recursos para a ciência brasileira. A conclusão do evento é que a criação de fontes alternativas de financiamento, a divulgação científica e o avanço de algumas pautas no Congresso podem aumentar o investimento no setor ainda este ano e também no futuro.
“A gente tem uma experiência vasta em muitas áreas. Precisamos nos livrar das correntes do orçamento da União, obter mais fundos por outras formas e fazer com que toda a ciência ganhe protagonismo. A comunidade científica e universidades possuem capacidade não só para ajudar a desenvolver soluções, mas também em divulgar a importância da ciência e tecnologia para a sociedade e parlamentares”, afirmou o ministro Marcos Pontes.
Durante o encontro, o ministro sugeriu a criação de um grupo para elaborar um plano estratégico com alternativas de financiamento para ciência, tecnologia e inovação, que pode vir de investimentos da iniciativa privada, da liberação de fundos setoriais, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), e por meio de projetos conjuntos com outros ministérios e verbas oriundas de emendas parlamentares para iniciativas regionais.
O ministro ainda reforçou os principais problemas enfrentados atualmente pelo setor, como a restrição orçamentária e a perda de recursos humanos nas instituições de pesquisa. O orçamento do MCTIC para 2019 sofreu um contingenciamento de 42%, equivalente a R$ 2,1 bilhões.
O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, reforçou que é importante envolver as empresas brasileiras na destinação de recursos para ciência, tecnologia e inovação. Para ele, outra forma de obter recurso privado para o setor é por meio de subsídios.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, existe uma pressão de grandes empresas sobre o Congresso para que o governo financie pesquisa básica e aplicada nas instituições. Nossa expectativa é que o corte seja revisto e que se consiga restaurar com o tempo o apoio à ciência e tecnologia. É importante fazer isso logo porque investir em ciência é trazer riquezas para o país”, pontuou.
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, elogiou a disposição do ministério em dialogar e destacou que os pontos prioritários para as entidades científicas são recuperar a parte do FNDCT que está bloqueada para este ano, reverter a redução de recursos destinados à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e atuar na ampliação do orçamento de 2020 para o MCTIC.
“O ministro Marcos Pontes participou do evento inteiro, o que é muito bom, ter um diálogo claro e aberto. Nós estamos fazendo um esforço junto ao governo e também no Congresso Nacional. A gente vai discutir a situação da ciência brasileira em cada canto do país, a situação das Fundações de Amparo à Pesquisa nos estados, batalhando no Congresso por algumas legislações e a recuperação do orçamento”, disse.
Fonte: MCTIC