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Fórum Socicom-Intercom 2018

 

Da esquerda para a direita, Giovandro Ferreira (Intercom) Alisson Alexandre de Araújo (CNPq), Maria Ataíde Malcher (Representante Humanidades no CD CNPq), Ruy Sardinha (Socicom), Esther Hamburger (FAPESP); Sérgio Luiz Gargioni (FAPESC). Foto: Nelia Del Bianco.

O Fórum é um espaço de articulação e diálogo entre a comunidade científica e acadêmica e agentes públicos e sociedade civil. Para o presidente da Socicom, professor Ruy Sardinha Lopes, a edição de 2018 cumpriu este importante papel. “Este IV Fórum Socicom-Intercom inovou, ao ampliar o espaço de debate com duas mesas”, afirma.

A primeira mesa foi coordenada pela professora Maria Ataíde Malcher (UFPA), representante da área de Humanidades no Conselho Curador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em uma conversa sobre “Pesquisa em Comunicação: modos de interlocução com as agências de fomento”. Representantes do CNPq e das fundações de amparo à pesquisa dos estados de São Paulo e de Santa Catarina (Fapesp e Fapesc, respectivamente) apresentaram como funcionam alguns programas de financiamento dessas agências voltados às Humanidades e à Comunicação, bem como indicadores de desempenho das pesquisas nessas áreas. Por outro lado, o debate possibilitou que os convidados conhecessem as demandas da área de Comunicação em termos de políticas de fomento e recursos. “Ficou clara a necessidade de nos inteiramos melhor sobre os mecanismos de financiamento e mostrarmos, por meio de indicadores sólidos e consistentes, a relevância da área. Foi ressaltado o quanto a alocação de recursos depende do ‘tamanho’ da área e que, para isso, é importante que aumentemos de forma significativa as solicitações de recursos e bolsas de pesquisa às agências de fomento”, avalia Ruy Sardinha Lopes.

A segunda mesa, mediada pela professora Nélia Del Bianco, diretora de Relações Nacionais da Socicom, trouxe à tona um tema recorrente nos debates sobre comunicação e jornalismo ao longo desses quatro anos de Fórum Socicom-Intercom: “Liberdade de expressão e responsabilidade social”. No atual contexto de frequentes violações do direito à liberdade de expressão e de pensamento, de hostilidade crescente aos jornalistas (sem que haja, no Brasil um mecanismo que os proteja no exercício da profissão) e de concentração midiática nas mãos de algumas famílias, os convidados conversaram sobre a grande dificuldade do fazer jornalístico e seu reflexo negativo na democracia. O debate foi enriquecido por pesquisa apresentada por Guilherme Carvalho (ABEJ), que ouviu jornalistas de diferentes redações do país de setembro de 2015 a março de 2017 para concluir que: empresas jornalísticas lutam contra a censura, mas apenas para preservar seus interesses econômicos ou políticos; os contratos de trabalho precários fragilizam os valores da profissão; e existe uma promiscuidade entre veículos de imprensa e o poder público.

Além desses relevantes debates, o IV Fórum Socicom-Intercom também homenageou o professor José Marques de Melo, que passa a dar nome ao evento. “A exemplo da própria Intercom, José Marques de Melo foi também o grande idealizador e primeiro presidente da Socicom. Sua visão institucional e acadêmica aguçada permitiu enxergar a importância de uma entidade que congregasse as principais entidades de Comunicação do país e, com isso, constituísse um agente importante no diálogo entre a comunidade científica, a sociedade civil organizada e os agentes públicos. Com sua morte, em 20 de junho de 2018, justamente no ano em que a Socicom completa 10 anos, acreditamos que essa singela homenagem seja uma forma de perpetuar o seu legado”, explica o atual presidente da Socicom. Fazendo uma avaliação positiva da quarta edição, o professor Ruy Sardinha Lopes afirma que o Fórum se consolida como espaço de diálogo, salientando a importância de realizá-lo no âmbito do congresso Intercom. “Quando eu ainda era o vice-presidente da Socicom, insisti com as diretorias das duas entidades para a criação do Fórum Socicom-Intercom e que ele fosse realizado durante o congresso nacional da Intercom, não só por ser o principal congresso científico da área, mas também pelo protagonismo e interesse das duas entidades na luta pela democratização, pela boa forma e pelas políticas públicas inclusivas de Comunicação”, conta.

Serviço
Local: Universidade da Região de Joinville
Tema: Pesquisa em Comunicação: modos de interlocução com as agências de fomento
Período: 4 de setembro